Building Bridges foi realizada de 2 a 5 de outubro de 2023, em Genebra. A Cúpula reuniu mais de 65 discussões inovadoras, conduzidas por especialistas, sobre o alinhamento das finanças com a sustentabilidade.
Mais de 700 participantes compareceram à Cúpula de alto nível Building Bridges, com a NatureFinance apresentando ferramentas e caminhos para alinhar as finanças com a natureza, o clima e a equidade em um contexto de crescente fragmentação geopolítica.
- A Taskforce on Nature-related Financial Disclosures (TNFD) lançou na União Europeia uma nova orientação essencial, uma ferramenta fundamental para que investidores e instituições avaliem os impactos de suas atividades relacionados à natureza.
- A NatureFinance e seus parceiros exploraram ferramentas de alinhamento para os setores corporativo e financeiro, anunciando o piloto do JGP Crédito e do SEED, a ferramenta de medição de biodiversidade mais sofisticada do mundo.
- Na Cúpula, houve um apelo por regras comerciais novas e sustentáveis da OMC, com ênfase na necessidade de retificar as corresponsabilidades entre o Norte Global e o Sul Global.
- Aumento da cooperação bilateral entre os agentes financeiros suíços e os atores brasileiros para promover uma cadeia de valor do ouro livre de crimes contra a natureza.
EVENTO 1 - Ferramentas para uma transição positiva para a natureza: Alinhamento das finanças com a estrutura global de biodiversidade
Esse evento, voltado para soluções, destacou as principais lições aprendidas com os pilotos recentes da Ferramenta de Alinhamento da NatureFinance e discutiu o impacto transformador que a tecnologia pode ter para desvendar os desafios, incluindo a obtenção de maior transparência nas cadeias de valor.
Os parceiros incluíram: NatureAlpha, NatureFinance, SEED, TNFD, WWF.
- O programa piloto da JGP Crédito da Ferramenta de Alinhamento mostrou que a pontuação de alinhamento de natureza pré-uplift de seu fundo de agronegócios aumentou em 3,5 pontos.
- O SEED Biodiversity Index anunciou que está desenvolvendo o piloto dessa ferramenta em alguns dos pilotos de alinhamento do NatureFinance nos principais países de biodiversidade da África.
- O trabalho de dados geoespaciais da NatureAlpha mostrou a maneira como as ferramentas orientadas por dados estão abrindo oportunidades para o alinhamento das instituições financeiras.
Assista ao evento completo aqui.
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EVENTO 2 - O que vem por aí para os mercados naturais?
"What's next for Nature Markets" (O que vem por aí para os Mercados da Natureza) - organizado pela Força-Tarefa sobre Mercados da Natureza - reuniu as partes interessadas do mercado para avaliar e debater o futuro em rápida mudança da governança do mercado da natureza, bem como as visões concorrentes do setor financeiro, conservação e representantes da comunidade local.
Os parceiros incluíram: NatureFinance, Terrasos e Pollination.
- As recomendações fundamentais da Força-Tarefa, recentemente divulgadas durante a Cúpula da Amazônia, definiram o tom para três debates dinâmicos e provocativos sobre os mercados de crédito natural, a governança do sistema alimentar e o papel dos bancos centrais.
- A discussão sobre as mudanças geopolíticas no continente africano e o aumento sem precedentes dos mercados naturais foi um tópico central que contou com a participação do público e dos palestrantes.
- Os participantes do painel e o público reforçaram a necessidade de ampliar o financiamento da natureza entre o Norte e o Sul Global.
"Precisamos discutir o papel das pontes atuais que construímos por gerações e que não estão funcionando para a natureza. Precisamos parar com os padrões duplos: se o Norte Global está pronto para investir em commodities e infraestruturas [do Sul Global] - [...] por que não investir em impactos retificados em nossa natureza? [...] Precisamos começar a falar sobre finanças combinadas como uma linguagem comum entre o Norte Global e o Sul Global."
- José Pugas, Diretor de Investimentos Responsáveis e Engajamento da JGP Asset Management.
EVENTO 3 - Aumento da Cooperação Bilateral entre a Suíça e o Brasil: Limpando a cadeia de valor do ouro
O ouro é um mineral essencial para a economia brasileira: aproximadamente 70% das exportações brasileiras para a Suíça são de ouro. Infelizmente, com cerca de metade da produção do país sendo ilegal, o ouro é um dos principais fatores de desmatamento, poluição e abusos dos direitos humanos. O NatureFinance reuniu vozes críticas e especialistas de ambos os países para discutir e coordenar esforços conjuntos e apresentar ferramentas inovadoras para uma cadeia de valor do ouro livre de crimes.
Os parceiros incluíram: Instituto Igarapé no Brasil, IBRAM, NatureFinance, Sustainable Finance, De Pury Pictet Turrettini.
- Apresentação de tecnologias desenvolvidas pelo Brasil - como o Procedimento de Compra Responsável de Ouro (PCRO) - para eliminar o ouro ilegal de sua produção e comércio, juntamente com iniciativas lideradas pela Suíça, como o fundo Swiss Better Gold (SBG), que apóia os esforços do Brasil.
- O presidente do Ibram, associação de mineradores do Brasil, assumiu uma posição clara contra o "garimpo " - mineração ilegal de ouro e ouro de sangue - ao apresentar uma série de ações tomadas para aumentar a rastreabilidade.
- A ativista indígena Neidinha Bandeira fez um discurso poderoso, conclamando os agentes financeiros a garantir investimentos mais sustentáveis e justos que protejam as comunidades florestais, os povos indígenas e as terras.
"Voltei a Genebra porque acredito que podemos trabalhar juntos para alcançar um futuro justo. Repito minhas palavras: precisamos garantir que seu dinheiro esteja a serviço do nosso futuro, e não contra ele."
- Neidinha Bandeira, co-fundadora da Associação de Defesa Etno-Ambiental Kandidé.