A Cúpula Amazônica reuniu líderes de países florestais em desenvolvimento em Belém, Brasil, de 8 a 9 de agosto de 2023. O evento "Innovation, Finance & Nature", realizado em 10 de agosto e co-organizado pela NatureFinance, discutiu a bioeconomia no contexto dos resultados da Cúpula.
- A Declaração de Belém foi assinada durante a Cúpula pelo Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela - com 113 objetivos e princípios transversais.
- Uma segunda declaração, "Unidos por Nossas Florestas", foi assinada por 12 países e pede o desenvolvimento de um mecanismo de financiamento que permita à comunidade internacional pagar pelos serviços essenciais prestados pelas florestas.
- O evento paralelo "Inovação, Finanças e Natureza", organizado pelo Amazônia Legal Consortium, Nature Finance, Uma Concertação pela Amazônia e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), explorou a bioeconomia e o papel do Brasil em colocar a natureza na agenda do G20.
- A Força-Tarefa sobre Mercados da Natureza lançou sete recomendações importantes para incorporar as metas de natureza e equidade à atividade financeira global e moldar uma economia global da natureza, com o apoio de um grupo de alto nível de líderes políticos, indígenas, empresariais e financeiros.
Destaques da declaração de Bélem
A Declaração de Belém, assinada pelos 8 membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), solicitou que as nações desenvolvidas cumpram suas promessas existentes de financiamento do clima e da biodiversidade e se comprometam a proteger os direitos e os territórios dos povos indígenas.
Concordou-se com a necessidade de ampliar urgentemente a ação climática, destacando as inovações de financiamento soberano que podem criar o espaço fiscal para que os governos aumentem a ação climática, como a troca de dívida por clima ou dívida por natureza.
A declaração não inclui metas específicas para acabar com os crimes contra a natureza, mas se compromete a fortalecer a cooperação regional e internacional para acabar com a mineração ilegal, o comércio ilegal e outras atividades ilegais.
Um recém-criado Painel Técnico Científico Intergovernamental para a Amazônia também foi anunciado para "promover o desenvolvimento sustentável".
Evento paralelo "Inovação, Finanças e Natureza" em 10 de agosto, em Belém, Brasil

Um evento de um dia inteiro focado na bioeconomia na Amazônia reuniu quase 800 participantes de finanças, governo, comunidades indígenas e locais e sociedade civil.
No topo da agenda estavam soluções financeiras inovadoras e práticas de sustentabilidade para impulsionar o crescimento econômico; a inclusão de povos indígenas e comunidades locais na tomada de decisões; plataformas de acesso a mercados e tecnologia de dados para destacar o valor da biodiversidade; e o combate a crimes ilegais contra a natureza por meio da cooperação entre várias partes interessadas.

A sessão sobre a formação de uma economia global da natureza lançou as recomendações finais da Força-Tarefa sobre Mercados da Natureza. O cacique Almir Suruí, líder do povo Paiter Suruí, enfatizou o papel fundamental das comunidades indígenas na busca de soluções para a crise climática e da natureza e a necessidade de que elas estejam no comando.
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O governador do Pará e presidente do Consórcio da Amazônia Legal, Helder Barbalho, defendeu a inclusão da bioeconomia na agenda nacional brasileira durante as considerações finais, destacando também que o Brasil liderará as maiores economias do mundo como presidente do G20 em 2024.
"Temos que trabalhar para que, quando o G20 se reunir no Rio de Janeiro, possamos garantir que a bioeconomia esteja entre as plataformas centrais da economia do planeta. Essa deve ser uma causa a ser perseguida por todos nós. Temos que colocá-la na agenda global"
Helder Barbalho, Governador do Pará
O evento foi organizado pelo Consórcio Amazônia Legal, Nature Finance, Uma Concertação pela Amazônia e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e patrocinado pelo Banpará, Itaú, Rabobank e Santander.