Building Bridges 2024 - Principais conclusões

18 de dezembro de 2024

A quinta edição do Building Bridges foi realizada de 9 a 12 de dezembro de 2024, em Genebra. Ela reuniu 70 eventos com mais de 3.000 participantes. As discussões se concentraram na necessidade de ações ousadas e transformadoras para alinhar as finanças globais com a formação de um futuro mais justo e sustentável.

No Building Bridges 2024, a NatureFinance foi co-anfitriã, participou e se envolveu em uma série de eventos que apresentaram novos relatórios, estruturas e oportunidades de colaboração para promover soluções sistêmicas para os desafios globais urgentes de degradação da natureza, mudanças climáticas e equidade social.

Sarah Krisht, líder de risco da natureza da NatureFinance, apresentando a ferramenta NatureAlign na sessão de pitching do centro de soluções da ANCA sobre soluções financeiras e da natureza durante o Building Bridges

Temas principais que surgiram durante a semana

1) Integração da natureza na tomada de decisões financeiras

Especialistas de todo o setor financeiro enfatizaram a importância de reconhecer o valor da natureza e como a colaboração entre setores é vital para projetar soluções robustas e escalonáveis que conciliem diferentes abordagens da natureza. Isso incluiu o anúncio do lançamento do Swiss Global Hub on Nature Finance para demonstrar a liderança suíça na facilitação da colaboração entre finanças, tecnologia, política e educação sobre a economia da natureza.

2) Uma transição justa e inclusiva:

As discussões destacaram que o financiamento sustentável deve garantir que a transição verde seja equitativa e beneficie a todos, especialmente as comunidades vulneráveis do Sul Global. O evento da NatureFinance com a Itaúsa e a African Natural Capital Alliance mostrou o papel potencial da bioeconomia como um modelo em países como o Brasil e a África do Sul para promover resultados mais inclusivos e positivos para a natureza.

3) A urgência de uma ação ousada em um mundo climático extremamente conturbado:

Os palestrantes reforçaram a necessidade de explorar estratégias de adaptação transformadoras, investimentos inovadores e novas estruturas para lidar com os riscos da aceleração do aquecimento e fazer a transição para uma economia líquida zero. No contexto das discussões sobre um futuro além de 1,5°C, a NatureFinance lançou um novo relatório: 'Futureproofing Food for a Rapidly Warming Planet'.


EVENTO 1 - Uma nova era para a medição de desempenho: Conciliando visões divergentes sobre a valorização da natureza

A valorização da biodiversidade e da natureza depende da colaboração. Durante o evento com o Enterprise for Society Center (E4S), os especialistas enfatizaram como a valorização da natureza é um caminho fundamental para mudar nossa relação com ela.

Principais conclusões:

1) Com o aumento da obrigatoriedade de relatórios integrados, está se tornando cada vez mais importante para as empresas e instituições financeiras incorporar a avaliação da natureza em seus relatórios financeiros e processos de tomada de decisão.

2) Há desafios pela frente, e o cenário é complexo, envolvendo a conciliação da contabilidade focada em custos com a economia focada em preços, juntamente com outras abordagens sociais e ambientais variadas para valorizar a natureza.

3) Promover a colaboração intersetorial entre cientistas, formuladores de políticas e profissionais da área financeira será essencial para a criação de soluções robustas e escalonáveis para os desafios de avaliação da natureza.

"Não se trata de investir na natureza; trata-se de investir em uma economia da natureza que seja positiva para a natureza." - Simon Zadek, consultor sênior, NatureFinance

Simon Zadek fazendo comentários sobre o cenário Nature Finance e Nature Reporting

EVENTO 2 - Planejamento para um futuro além de 1,5°C

2024 está a caminho de ser o ano mais quente já registrado, pois o aquecimento atingiu temporariamente 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. À medida que o mundo enfrenta os riscos de um clima em rápida mudança, esta sessão se aprofundou no planejamento para o futuro "Além de 1,5°C", que exigirá abordagens novas e radicais, inovadoras e prontas para mitigar impactos, transformar finanças e redefinir políticas e estratégias de negócios.

Principais conclusões:

1) A NatureFinance divulgou nosso novo relatório "Futureproofing Food for a Rapidly Warming Planet" (Preparando os alimentos para o futuro em um planeta em rápido aquecimento), que enfatiza a necessidade de promover a agricultura regenerativa, sistemas alimentares disruptivos e tecnologias alternativas para combater a insegurança alimentar causada pelo clima.

2) É necessário enfrentar e mudar a forma de responder às consequências da natureza interconectada das crises de colapso climático, perda de biodiversidade e degradação da natureza, bem como os riscos de efeitos em cascata que ameaçam a estabilidade geopolítica e os conflitos.

3) Os caminhos para a adaptação a um futuro além de 1,5°C envolverão desfragmentação e aprendizado mútuo entre disciplinas, países, culturas e gerações.

"Estamos sendo desafiados a reescrever as regras, a forçar coalizões sem precedentes, a projetar novas economias e sociedades positivas e a construir um futuro que não apenas sustente a vida, mas a regenere e restaure " - Paul Polman, líder empresarial, ativista, coautor de Net Positive

Nicholas Niggli apresentando o mais recente relatório da NatureFinance sobre "Futureproofing Food for a Rapidly Warming Planet

EVENTO 3 - A Iniciativa do G20 sobre Bioeconomia e a Ponte para a COP30 (co-organizado com a ANCA e a Itaúsa)

A bioeconomia oferece uma oportunidade transformadora para realinhar os sistemas financeiros globais com princípios positivos para a natureza. Estima-se que a bioeconomia global de hoje esteja avaliada em US$ 4 trilhões, com potencial de crescimento para US$ 30 trilhões em algumas décadas. A sessão, co-organizada pela ANCA, Itaúsa e NatureFinance, explorou como a colaboração internacional por meio do G20 e da COP30 pode avançar as metas de desenvolvimento sustentável e transformar a visão de uma bioeconomia equitativa e sustentável em realidade.

Durante sua presidência do G20, a Iniciativa do G20 para a Bioeconomia (GIB) do Brasil estabeleceu princípios de alto nível para ajudar a financiar e dimensionar uma bioeconomia que produza resultados positivos para a natureza e equitativos. Com décadas de experiência em bioeconomia, a África do Sul está bem posicionada para levar esse trabalho adiante em sua presidência do G20, que começou em dezembro de 2024.

Principais conclusões:

1) As lições aprendidas com o sucesso da presidência do Brasil indicam a necessidade de colaboração entre o setor privado, o setor financeiro, o meio acadêmico e a sociedade civil, o apoio transversal de diferentes ministérios do governo e a necessidade de ouvir os pares do G20.

2) No momento em que o Brasil passa a presidência para a África do Sul, a liderança dos países do G20 deve ser aproveitada para acelerar e ampliar o avanço de uma bioeconomia global regenerativa.

3) A bioeconomia deve ser projetada de acordo com os princípios de sustentabilidade para garantir resultados inclusivos e positivos para a natureza e para não exacerbar as desigualdades existentes.

"Devemos fazer a transição de nossa economia para uma bioeconomia que seja positiva para o clima, a natureza e as pessoas, mas precisamos fazer isso com projetos concretos reais no local que possam gerar empregos e renda, abordando os desafios de equidade " - Marcelo Furtado, Diretor de Sustentabilidade da Itausa, NatureFinance Principal

Todos os palestrantes presentes no palco para as considerações finais durante o evento de bioeconomia em colaboração com a ANCA e a Itaúsa

Construindo Pontes 2024: Um momento de reflexão e gratidão

Além das sessões da conferência, a NatureFinance organizou um pequeno jantar informal para celebrar as conquistas, refletir sobre 2024 e discutir o próximo ano. Julie McCarthy, a nova CEO da NatureFinance, compartilhou sua gratidão pelo trabalho realizado em 2024 e delineou sua visão para o avanço da agenda de financiamento da natureza no próximo ano. Ela também reservou um momento para agradecer a Simon Zadek, ex-CEO e seu co-líder durante a transição, por suas contribuições fundamentais para a NatureFinance e para o movimento mais amplo de finanças positivas para a natureza.

Simon, agora consultor sênior da NatureFinance, destacou a liderança da Suíça na mobilização de investimentos para iniciativas positivas para a natureza e a bioeconomia por meio do recém-lançado Swiss Global Hub on Nature Finance. A noite ressaltou o compromisso compartilhado e o impulso coletivo de muitos indivíduos e organizações que são necessários para enfrentar os desafios urgentes que temos pela frente.

Simon Zadek e Julie McCarthy no jantar informal da NatureFinance realizado em conjunto com o Building Bridges

Olhando para o futuro: Construindo Pontes 2024 e além

Quando a quinta edição do Building Bridges chegou ao fim, ficou evidente que as discussões e colaborações realizadas durante a semana estabeleceram uma base sólida para ações futuras. A urgência de realinhar as finanças globais com resultados positivos para a natureza e equitativos é bem compreendida.

Ao refletirmos sobre o progresso alcançado em 2024, a NatureFinance reafirma seu compromisso de promover mudanças sistêmicas por meio de iniciativas pioneiras, estruturas inovadoras e parcerias impactantes.

Todas as fotos foram tiradas por Joanna O'Malley. Para obter mais informações sobre o NatureFinance na Building Bridges, entre em contato com joanna.omalley@naturefinance.net

Inscreva-se para receber o boletim informativo da Nature Finance

Boletim informativo - Popup

"*" indica campos obrigatórios

Nome*
Esse campo é para fins de validação e deve ser deixado inalterado.