Sem uma bioeconomia, não há chance de uma transição justa e sustentável.
Financiamento de uma bioeconomia global sustentável lançado em 12 de setembro de 2024, é uma análise do panorama da interação atual e futura entre finanças e bioeconomia, de autoria da NatureFinance e do Fórum Mundial de Bioeconomia, com o apoio de dezenas de organizações da sociedade civil*. Ela se baseia em duas peças-chave de trabalho que contribuíram para a Iniciativa de Bioeconomia do G20, criada pela Presidência Brasileira do G20 no início deste ano.
O crescente reconhecimento da importância da bioeconomia é exemplificado pela decisão do Brasil de estabelecer a Iniciativa do G20 sobre Bioeconomia como parte de sua Presidência do G20, a priorização das finanças e da bioeconomia definida pela Presidência colombiana da próxima Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas (COP16), e esperamos que a bioeconomia continue ocupando um lugar de destaque nas principais plataformas de políticas daqui para frente, incluindo o G20 sob a presidência da África do Sul e a COP30 presidida pelo Brasil, ambas em 2025.

Principais conclusões
- A bioeconomia global é essencial para uma transição justa e sustentável. Sem ela, as chances de alcançar a resiliência climática, uma economia positiva para a natureza e o desenvolvimento sustentável são mínimas. Este é um momento de "poder do agora".
- A bioeconomia tem o potencial de se tornar a oportunidade de investimento equivalente ao cenário atual de investimentos em tecnologia limpa, que movimenta trilhões de dólares por ano. Essa enorme oportunidade econômica e de criação de empregos pode moldar o futuro da biodiversidade e dos fluxos financeiros globais.
- A bioeconomia abrange um amplo espectro, desde práticas locais com uso intensivo da natureza até inovações de alta tecnologia. Entretanto, ela deve ser desenvolvida de forma sustentável, tanto ambiental quanto socialmente; caso contrário, corre o risco de aprofundar os problemas existentes. A inovação, os padrões e a supervisão são essenciais para garantir que ela não seja apenas extrativista.
- A bioeconomia deve ser sensível às necessidades e normas dos administradores da natureza, incluindo os povos indígenas e as comunidades locais (IPLCs). Uma abordagem de sociobioeconomia garante que as atividades econômicas sejam integradas à visão desses administradores, respeitando os valores culturais e ecológicos.
- Os países ricos em natureza precisam subir na cadeia de valor da bioeconomia e garantir melhores preços para seus recursos naturais. Sem isso, eles correm o risco de serem excluídos dos benefícios ou de serem mal remunerados. É fundamental evitar a repetição de injustiças passadas e a extração de valor sem desenvolvimento.
- A arquitetura financeira e econômica internacional deve estar alinhada com os imperativos de uma bioeconomia justa e sustentável. Esse alinhamento, apoiado pelos principais atores globais e por iniciativas de alto nível, como o G20, é essencial para o progresso contínuo.
Evento de lançamento, no Rio de Janeiro
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Contato e mais informações
Para perguntas sobre mídia e comunicações, entre em contato com Jo Benn, chefe de comunicações da NatureFinance jo.benn@naturefinance.net
*O Grupo de Apoio à Iniciativa do G20 em Bioeconomia inclui: Instituto Alana; Concertação Amazônica; Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM); Instituto Arapyaú; Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS); Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI); Coalizão Brasileira de Clima, Florestas e Agricultura; Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ); CDP América Latina; Climate Policy Initiative (CPI); Fundação Dom Cabral (FDC); Fundação Getúlio Vargas (FGV); Instituto Igarapé; Insper Agro Global; Consórcio Interestadual para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal; Natura & Co; NatureFinance; Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN); Instituto Clima e Sociedade (iCS); The Nature Conservancy (TNC); e World Wide Fund for Nature (WWF).