No dia 12 de setembro, a NatureFinance e seus parceiros organizaram um evento fundamental no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, intitulado "Financiamento de uma bioeconomia positiva para o clima, a natureza e as pessoas." O evento reuniu 150 participantes, incluindo negociadores da Iniciativa de Bioeconomia do G20 (GIB), formuladores de políticas, bancos multilaterais, empresas, representantes do setor financeiro e sociedade civil para explorar estratégias financeiras inovadoras para uma transição justa.
Marco histórico do G20
Nessa reunião, o G20 aprovou 10 Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomiaum marco significativo. Representando 87% do PIB global e 80% das emissões, os princípios do G20 enfatizam a inclusão, a equidade e os direitos de todos, inclusive dos povos indígenas, ao mesmo tempo em que promovem a igualdade de gênero, a conservação da biodiversidade, os modelos de negócios sustentáveis e o compartilhamento justo dos benefícios dos recursos genéticos.

Lançamento de um estudo pioneiro
Um destaque importante foi o lançamento do Financiamento de uma Bioeconomia Global Sustentávelum estudo realizado pela NatureFinance e pelo Fórum Mundial de Bioeconomia, com o apoio de dezenas de organizações da sociedade civil*. Essa análise do cenário explora a relação atual e futura entre o financiamento e a bioeconomia e foi compartilhada na reunião oficial do GIB no início da semana.
Painéis matinais: Oportunidades e riscos
Principais percepções do evento:
-A colaboraçãoé essencial: A colaboração global é fundamental para o avanço de uma bioeconomia sustentável, ampliando os impactos positivos e lidando com os riscos. O financiamento sob medida deve levar em conta as diversas necessidades de vários setores, desde os agricultores da Amazônia até as empresas farmacêuticas globais.
-Aproveitamento dosmecanismos existentes: Os instrumentos existentes, como capital de risco, títulos verdes, empréstimos vinculados à sustentabilidade, créditos naturais e fundos de soluções baseadas na natureza, podem ser adaptados para impulsionar a bioeconomia.
-Princípios unificadospara o progresso: Os representantes do governo brasileiro enfatizaram a importância dos princípios de alto nível do GIB para desbloquear a bioeconomia em nível nacional e global. Espera-se que esses princípios impulsionem o comércio internacional, a cooperação e a colaboração científica.
-Próximospassos para o G20: Enquanto a África do Sul se prepara para sediar o G20 em 2025, ela planeja priorizar intervenções de bioeconomia, com foco em escala, logística e inclusão de comunidades tradicionais. Uma plataforma global para essas iniciativas é essencial para seu sucesso.
-Agronegócioe sustentabilidade: As discussões sobre o agronegócio brasileiro destacaram a necessidade de mudar de um modelo tradicional de risco-retorno para um modelo que incorpore a sustentabilidade. Essa mudança exige novas métricas, uma taxonomia e uma consideração cuidadosa dos riscos ambientais.
-Conhecimento indígenae empoderamento: Foi ressaltado o papel do conhecimento indígena e tradicional nas práticas bioeconômicas. Os projetos liderados pela comunidade são fundamentais para o desenvolvimento de soluções sustentáveis que se alinham às realidades locais.

Simon Zadek falando sobre o financiamento da bioeconomia durante a reunião da Iniciativa do G20 sobre Bioeconomia (9/9).








Ben Durham,
Rodrigo Rollemberg,
Marcelo Furtado,
Carina Pimenta, Leandro Pedron,
Dame Amelia Fawcett,
Cristina Reis.






Workshops: Avanço do financiamento bioeconômico
Os workshops da tarde reuniram uma centena de participantes para tratar dos desafios de financiamento para pequenos produtores e comunidades tradicionais, com discussões sobre governança, participação da comunidade e coordenação das partes interessadas. Um tema recorrente foi a necessidade de criar confiança e equidade para mudar o sistema financeiro para modelos bioeconômicos sustentáveis.
Olhando para o futuro
Com a intensificação das crises climática e ambiental, o financiamento inovador é fundamental para alcançar uma economia justa e positiva para a natureza. Os insights desse evento subsidiarão as discussões nas próximas conferências internacionais, incluindo a COP16 (Cali) da ONU sobre Biodiversidade e a COP30 (Belém) da UNFCCC.
Fique atento à nossa agenda da COP16 aqui.
Contato e mais informações
Para perguntas sobre mídia e comunicações, entre em contato com Jo Benn, chefe de comunicações da NatureFinance jo.benn@naturefinance.net